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Foto do escritorInstituto Clóvis Paiva

Lentes esclerais diminuem a necessidade de transplante de córnea em pacientes com ceracotone

Do site JorNow

Mais de 90% dos usuários se mostraram satisfeitos e com uma solução para o seu problema visual A partir deste ano, os pacientes que sofrem com problemas na córnea, como o ceratocone, terão as possibilidades de tratamento ampliadas. As lentes esclerais – tecnologia até então exclusiva dos Estados Unidos – passarão a ser produzidas em Belo Horizonte. A fábrica mineira MediPhacos licenciou a produção e fará a distribuição do produto para todo o país e exterior. Sabe-se que 50% dos pacientes que estão na fila do transplantes de córneas em Minas Gerais possuem o ceratocone. Estima-se também que cerca de 5.000 pacientes estarão adaptados às lentes em 2012, com previsão de dobrar este numero anualmente até 2015.

Pioneiro no uso das lentes esclerais em Belo Horizonte, o oftalmologista Leonardo Gontijo, assistente da Clinica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte no setor de Córnea, Lentes de Contato e Cirurgia Refrativa, explica que as lentes podem corrigir diversos problemas da córnea, entre eles o ceratocone. “Na nossa experiência brasileira de mais ou menos um ano e meio, pudemos observar que a lente é especialmente boa não só para casos graves e moderados de ceratocone, como também para os de degeneração pelúcida e para casos de olhos com irregularidades corneanas pós-transplantes de córnea”, explica o Gontijo. Andréa Aguiar, 38 anos, optou pelo uso das lentes esclerais depois de ter tentado outros tratamentos e não ter conseguido se adaptar aos outros modelos de lentes. “Com as lentes esclerais foi totalmente diferente. Nem sinto que estou com elas. Coloco quando acordo e só vou retirá-las à noite”, diz Andréa.

De acordo com Gontijo, as lentes esclerais não geram qualquer incômodo, dando a sensação ao usuário de lentes de contato gelatinosa. “Seu diâmetro é grande e se apoia sobre a parte branca mais externa à córnea, chamada esclera, o que dá a sensação de conforto. Essas lentes dificilmente saem dos olhos ou permitem que ciscos adentrem e incomodem como nas lentes rígidas comuns”, ressalta.

Em pesquisa nos Estados Unidos, observou-se que mais de 90% dos usuários deste tipo de lente se mostraram satisfeitos tendo, portanto, obtido uma solução para seu problema visual sem necessidade de se submeterem ao transplante de córnea ou Anel de Ferrara. “Se houver uma boa adaptação, o paciente não necessitará do transplante de córnea”, destaca o oftalmologista.

Para o médico, essas lentes vão se tornar, com o tempo, um padrão de tratamento até que alguma outra técnica possa superá-la. Mas, para Andréa, voltar a enxergar bem já mudou completamente a sua vida. “Hoje sou outra pessoa. Até a minha auto-estima melhorou. Sinto que estou praticamente curada do ceratocone”, fala com entusiasmo.

O ceratocone é uma condição degenerativa e progressiva da córnea com padrões hereditários de transmissão. Tipicamente, é caracterizado por um afinamento e encurvamento progressivo da córnea central ou inferior. Essa alteração provoca deformação das imagens, com aumento da miopia, astigmatismo regular e astigmatismo irregular. Nos casos mais avançados, o ápice dessa área abaulada adquire o formato aproximado de um cone, o que explica a origem do nome: “cerato” (= córnea) cone. O indivíduo com ceratocone apresenta sintomas frequentes como coceira nos olhos, visão dupla, distorcida ou embaçada, mudança do grau dos óculos e aversão à luz. Podem ocorrer também dores de cabeça.

A falta de informação, o diagnóstico tardio e os tratamentos inadequados podem ser os principais vilões da doença, sendo responsáveis pelo aumento do número de casos crônicos. Nos últimos 15 anos, o registro de ceratocone aumentou significativamente no Brasil. O maior medo entre os pacientes é a perda da visão.

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