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Estima-se que existam no mundo cerca de 180 milhões de pessoas com alguma deficiência visual e 135 milhões que correm o risco de ficar cegas, conforme dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) “O diagnóstico precoce é fundamental para a prevenção e cura de doenças oculares, uma vez que algumas patologias não apresentam sintomas e são percebidas pelo paciente apenas quando a visão está bem prejudicada”, alerta o oftalmologista Dr. Adamo Lui Netto, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O exame ocular deve começar no berçário. A avaliação no bebê detecta se há indícios de glaucoma (doença associada à pressão intra-ocular) ou catarata congênitos, miopia, hipermetropia, astigmatismo e doenças hereditárias como anomalias da retina, córnea, íris e nervo óptico. O estrabismo só é analisado com exatidão a partir dos 6 meses de idade. Uma atenção especial deve ser dada a bebês prematuros, que nasceram com menos de um quilo e precisaram respirar com auxílio de oxigênio. Para a oftalmologista Dra. Sandra Naufal, como a retina não está totalmente formada, ela pode descolar-se. Este problema é conhecido por retinopatia da prematuridade. Por volta dos 3 anos, época da pré-escola, a criança também deve passar mais uma vez pelo oftalmologista, mesmo que não tenha apresentado nada nos exames iniciais. Nessa fase, um problema de vista pode prejudicar o período inicial de aprendizagem formal. No começo da vida pré-escolar, por volta dos 7 anos, a criança deve retornar ao médico. Alguns sinais podem demonstrar deficiências oculares: dor de cabeça, dor nos olhos, assistir à TV ou ler bem de perto e lacrimejamento constante. Na adolescência, o aparecimento de problemas visuais é mais comum, segundo Lui Netto. Muitos dos jovens são encaminhados ao oculista pela própria escola, por causa da queda do rendimento escolar. Depois dos 40 anos, os exames são obrigatórios e, de preferência, precisam ser anuais ou, no máximo, a cada dois anos. “É a época do aparecimento da vista cansada (presbiopia), que afeta a qualidade de vida e a produção no trabalho”, observa o oftalmologista. “Momento também de avaliar se há aumento de pressão intra-ocular ou outros indícios de glaucoma.” Miopia, hipermetropia e astigmatismo são as anomalias mais encontradas na população. Glaucoma é a terceira maior causa de cegueira no Brasil, segundo dados do CBO. Os danos causados por essa doença são irreversíveis. Pior: ela aparece sem dar sinal. Já a catarata (visão “opaca”), comum em idosos, também deve ser acompanhada por especialista. A avaliação do fundo de olho é um exame indispensável para diabéticos, na opinião de Sandra. “O excesso de açúcar no sangue, característica de quem tem diabete, pode comprometer a retina e evoluir para sangramentos internos e até descolamento da retina, levando à cegueira.” Sandra adverte sobre os riscos da automedicação. É comum por exemplo, as pessoas pedirem ao farmacêutico um remedinho para coceira ou terçol. “Esses profissionais não têm obrigação de saber que muitos dos colírios levam corticóide, que até alivia, mas tem efeitos colaterais e pode causar glaucoma e catarata”, avisa. “Sem prescrição médica, compre, no máximo, um colírio de lágrima artificial e vá atrás de um especialista para indicar tratamento adequado.”, conclui.
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